Com a intensificação do período de reprodução entre agosto e setembro, cidades do Noroeste Paulista registram aumento expressivo nos acidentes com escorpiões. Catanduva teve alta de 25%, enquanto Araçatuba e Votuporanga também enfrentam crescimento nos casos.
O avanço do período de reprodução dos escorpiões, que se estende entre os meses de agosto e setembro, já reflete nos números de acidentes registrados em diversas cidades do interior paulista. Dados das Secretarias Municipais de Saúde apontam um crescimento expressivo nas ocorrências envolvendo o animal peçonhento.
Em Catanduva (SP), entre janeiro e junho deste ano, foram contabilizadas 102 ocorrências de picadas. No mesmo período de 2024, o município havia registrado 81 casos, uma alta de 25,93%. A espécie mais comum na região é o Tityus serrulatus, conhecido como escorpião-amarelo. Considerada altamente perigosa, essa variedade se adaptou ao ambiente urbano e costuma habitar bueiros, galerias pluviais e até instalações elétricas.
Durante o ciclo reprodutivo, as fêmeas apresentam maior concentração de veneno, o que eleva o risco de acidentes graves, especialmente entre crianças e idosos. Apesar disso, a maior parte dos casos na região é considerada leve, sem necessidade de soro antiescorpiônico.
Araçatuba (SP) também registrou aumento: foram 503 ocorrências em 2025, contra 460 no mesmo período do ano passado, crescimento de quase 10%. Já em Votuporanga (SP), o primeiro semestre acumulou 249 casos, contra 389 ao longo de todo o ano anterior. Apesar dos números, nenhuma das três cidades confirmou óbitos por picadas nos últimos dois anos.
O tratamento com soro é indicado apenas para casos mais graves e está disponível gratuitamente pelo SUS, em pontos estratégicos do estado. Na região, os municípios com acesso ao antídoto são: São José do Rio Preto, Catanduva, Novo Horizonte, Jales, Votuporanga, Fernandópolis e Olímpia.
Em Catanduva, os moradores podem acionar a Unidade de Vigilância em Zoonoses para solicitar vistorias e orientações. O atendimento é feito pelo telefone (17) 3524-2445. Em caso de picada, a recomendação é procurar ajuda médica imediatamente.
Para conter a proliferação, os órgãos de saúde reforçam as medidas de prevenção:
- Manter quintais limpos e livres de entulhos;
- Roçar terrenos e vedar frestas em pisos, muros e paredes;
- Proteger ralos, usar telas milimétricas e rodinhos nas portas;
- Examinar roupas e calçados antes de usá-los;
- Afastar camas e berços das paredes;
- Utilizar luvas e botas ao lidar com entulho ou realizar jardinagem.
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