Síndico acusado de ameaças e má gestão deixa rastro de dívidas em condomínios de Catanduva

 

Alain Dezordi Ângelo, ex-síndico de condomínio em Catanduva (SP), esbanja fotos de carros e viagens nas redes sociais - Foto: Reprodução/Facebook

A Polícia Civil de Catanduva, no interior de São Paulo, investiga uma série de denúncias contra uma empresa de administração de condomínios e seu ex-síndico, Alain Dezordi Ângelo. Ao menos 50 boletins de ocorrência foram registrados por moradores que acusam Alain de ameaças, intimidações e má gestão de recursos. A situação afeta diretamente a rotina de quem vive em pelo menos 15 condomínios da cidade, administrados pelo suspeito.

Os relatos apontam que problemas como infiltrações, ferrugem, vazamentos de gás e falta de manutenção se arrastam há anos, mesmo após serem comunicados formalmente ao síndico. Moradores também denunciam pagamentos indevidos a funcionários e ausência de transparência nas contas.

Em um dos casos, o vereador David Roger, morador de um dos condomínios administrados por Alain, notou uma queda repentina nos valores em caixa e solicitou acesso aos gráficos financeiros. O pedido foi ignorado. Pouco tempo depois, David foi informado por um porteiro que Alain havia ordenado o desligamento do sistema de câmeras de segurança do prédio, afirmando que o vereador estaria espalhando "mentiras" e que ele chamaria amigos para dar um “corretivo”. O porteiro se recusou a cumprir a ordem e alertou o parlamentar.

Com o episódio, David começou a receber mensagens de outros moradores com denúncias semelhantes. A partir daí, surgiu uma teia de situações recorrentes envolvendo má administração, ameaças e silêncio forçado dentro dos condomínios.

Alain Ângelo, que ostenta fotos de carros de luxo e viagens em redes sociais, possui histórico criminal. Já foi condenado por falsidade ideológica, apropriação indébita e suspensão de documentos. Segundo os moradores, ele não prestava contas de maneira adequada e evitava qualquer tipo de fiscalização interna.

O advogado Hemerson Cantoia, que representa os moradores, afirma que a dívida acumulada em um dos condomínios ultrapassa R$ 1 milhão, incluindo R$ 700 mil somente em contas de água. “Se o condômino pede prestação de contas, é obrigação do síndico apresentar. Não se trata de favor, é dever legal e moral”, declarou.

A Polícia Civil continua colhendo depoimentos e apurando o destino dos recursos administrados pelo ex-síndico. O caso revela um cenário de descontrole administrativo e tensão crescente entre moradores, que agora buscam reparação judicial e responsabilização criminal.

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