Policial ambiental é preso por envolvimento em assassinato de estudante trans em Ilha Solteira (SP)

 

Carmen de Oliveira Alves (à esquerda), o namorado Marcos Yuri Amorim (ao centro) e o policial militar Roberto Carlos de Oliveira, suspeitos de crime em Ilha Solteira (SP) - Foto: Reprodução | Facebook

A Polícia Civil prendeu dois homens suspeitos de envolvimento na morte da universitária trans Carmen de Oliveira Alves, de 26 anos, desaparecida desde 12 de junho em Ilha Solteira (SP). Um dos detidos é o policial ambiental Roberto Carlos de Oliveira, apontado como cúmplice e amante do principal suspeito, Marcos Yuri Amorim, que era namorado da vítima. A investigação indica que o crime ocorreu no Dia dos Namorados, durante o que seria um encontro íntimo.

Segundo as autoridades, Carmen foi morta por Yuri com a ajuda de Roberto Carlos, em um contexto que envolvia um triângulo amoroso. O caso, inicialmente tratado como desaparecimento, passou a ser investigado como feminicídio. Até esta quarta-feira (16), o corpo da vítima ainda não havia sido localizado.

Yuri e Roberto foram presos temporariamente no dia 10 de julho, com mandado válido por 30 dias. O primeiro foi encaminhado à Cadeia Pública de Penápolis (SP) e o segundo ao presídio Romão Gomes, em São Paulo (SP).

Carmen era estudante do curso de Zootecnia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que declarou estar colaborando com as investigações e prestando apoio à família da aluna. A jovem foi vista pela última vez saindo da universidade e entrando na casa de Yuri, em um assentamento. Imagens de câmeras de segurança confirmam sua entrada no local, mas não há registros de saída.

A polícia obteve autorização judicial para quebrar os sigilos telefônicos da vítima e dos suspeitos, o que permitiu rastrear os últimos passos de Carmen e reunir indícios de que ela foi morta e teve o corpo ocultado.

Durante as investigações, foi descoberto que Carmen havia montado um dossiê contra o namorado, contendo informações que o ligavam a práticas criminosas. O arquivo foi apagado de seu computador exatamente no dia do desaparecimento, mas foi posteriormente recuperado pela perícia.

Informações colhidas com a família apontam que Carmen saiu de casa na noite do dia 11 de junho com uma bicicleta elétrica preta, que não foi localizada. O celular da jovem teve o sinal captado pela última vez próximo ao rio da cidade. Também foram encontradas marcas de pneus compatíveis com os da bicicleta em uma área de mata nas proximidades da universidade.

A polícia afirma que o relacionamento entre Yuri e Roberto Carlos incluía dependência financeira. Roberto havia recebido uma herança recentemente e sustentava Yuri. A descoberta do envolvimento amoroso e financeiro entre os suspeitos, além da pressão exercida por Carmen para que o namorado assumisse o relacionamento, são apontadas como possíveis motivações para o crime.

Familiares e amigos da vítima participaram das buscas e organizaram manifestações na cidade, cobrando respostas e justiça pelo caso. A investigação segue em andamento.

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